sábado, dezembro 01, 2007

José do Telhado

Relato de um assalto em Celorico de Basto
Na noite de 8 de Abril de 1852, por volta da meia-noite, a quadrilha do José do Telhado assaltou a casa do lavrador Domingos Gonçalves Camelo que vivia na companhia de sua mulher Maria Francisca no lugar de Paradela, freguesia de Fervença, concelho de Celorico de Basto.
Constava que Domingos Camelo recebeu uma herança de um familiar afastado e guardou o dinheiro nas suas casas, que podia ser na casa de habitação, ou nos anexos, lojas, lagares ou armazéns, muito bem escondido e até diziam que os ladrões podiam procurar por todo o lado, que não dariam com os valores.
Para além do comandante José do Telhado faziam ainda parte da quadrilha, o Pichorra, o Glórias, o José Pequeno, o António Morgado, outro Morgado; estes dois últimos, para não serem reconhecidos e mais outros dois ficaram no exterior da propriedade.
O José do Telhado resolveu assaltar a casa, talvez atraído pela tal herança que constava ter recebido.
“Um deles subiu por cima de uma dessas ditas casas entrou ao seu curral e depois abriu o seu portal para onde entraram os mais…”
Depois de atravessarem o terreiro, arrombaram a fechadura da porta, sem que os donos da casa acordassem.
Entraram pela cozinha, passaram à sala, para onde dava a porta do quarto de dormir.
Os salteadores, dois de cada lado, abeiraram-se da cama e o casal foi acordado por estes vultos tenebrosos.
- Quem está aí? – terá perguntado Domingos Camelo.
- Não se mexa e diga onde está o dinheiro. Já! – ameaçou o Pichorra apontando-lhe uma pistola.
Enquanto pode lá foi resistindo, até que os salteadores levaram um para cada lado, e usando a força de forma violenta, à coronhada pela cabeça e pelas costelas, iam ameaçando: “Confessa, senão mato-te!”
Segundo as declarações das testemunhas do Auto, houve recurso ao disparo de vários tiros para o ar, provavelmente para intimidar este casal de lavradores.
- Entregamos tudo, mas não nos façam mal – disse resignado Domingos Camelo.
- Vamos a isso – respondeu José do Telhado.
- O dinheiro e o ouro está nas gavetas e numa lata debaixo da cama.
De imediato abriram as gavetas das mesas e da cómoda e retiraram a lata debaixo da cama.
Deste assalto resultou, além do dinheiro que totalizada cerca de 150$000 (cento e cinquenta mil réis), três fios de contas de ouro (no valor de nove mil réis), quatro laços de ouro, três pares de brincos de ouro, um cordão de ouro, dois capotes de panos novos, doze lençóis de pano de linho e um lote de pano fino novo.
Este assalto andou na boca do povo por muito tempo, devido à graçola que José do Telhado, ao ver Maria Francisca a choramingar, inconsolada pelos haveres que acabava de perder, disse “não se rale, mulher! De que lhe serve o dinheiro, se não pode comprar com ele uma cara mais nova e menos feia!”

José do Telhado alcunha de José Teixeira da Silva, assim se chamava porque a casa onde vivia com os pais e irmãos, em Castelões de Recezinhos, pertencente na altura ao extinto concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega (actualmente pertencente ao de Penafiel) era coberta de telha, uma novidade naquele tempo, pois a maioria das casas eram ainda cobertas com colmo (palha de centeio).
Nasceu em 22 de Junho de 1818, filho de um capitão de ladrões e no seio de uma família onde extorquir o alheio era actividade de raízes fundadas.
Foi um famoso salteador português do século dezanove e era chefe da quadrilha mais famosa do Marão.
Foi perseguido pelas autoridades e mais tarde preso na Cadeia da Relação, quando tentava fugir para o Brasil.
Posteriormente foi condenado ao degredo em África. Em Malange, onde vivia fez-se negociante de borracha, cera e marfim.
Morreu de varíola em 1875, com 57 anos de idade.
José do Telhado «ele mesmo se intitulava – e assim o declarou no julgamento – “repartidor público”, isto é, alguém que tirava aos ricos para dar aos pobres.»
Mapa que mostra o raio de acção da quadrilha

sábado, novembro 03, 2007

Marcha de Celorico


Marcha de Celorico de Basto


Ó Celorico!... Meu devir e meu direito,
Berço de sol a transbordar de pão e vinho.
Danças de roda ao corropio em cada peito,
Ou com saudade, ou com orgulho, ou com carinho.

O teu castelo, sobranceiro e aguerrido
Geme dolente nas ameias destroçadas,
Trovas antigas de um romance, entretecido
De homens valente e de mouras encantadas.

Celorico! Celorico!
Uma choupana e um solar.
Celorico! Celorico!
Tâmega, ao fundo, a soluçar.
Celorico! Celorico!
Gente cantando a trabalhar.
Celorico! Celorico!
Para partir... e regressar.

Brancas ermidas nos montes alcandoradas.
Lendas. Milagres. Um cenário multicor.
Verdes colinas e pinhais. Veigas douradas.
Por toda a parte um bom sorriso acolhedor.

Ó terra amiga, nobre, franca, hospitaleira;
Vila risonha deste Minho encantador;
Eu quero amar-te, amar-te, amar-te a vida inteira,
Depois morrer amortalhado nesse amor.

Celorico! Celorico!
Uma choupana e um solar.
Celorico! Celorico!
Tâmega ao fundo a soluçar.
Celorico! Celorico!
Gente cantando a trabalhar.
Celorico! Celorico!
Para partir e regressar.


Outra versão


Ó Celorico minha terra és por direito
Uma medalha, um filigrana, um coração
Que Portugal traz a bater dentro do peito
E nós amamos com amor e adoração

O teu castelo sobranceiro e sonhador
Armas valentes nas ameias destroçadas
Trovas antigas dum romance embalador
Homens valentes e de mouras encantadas

Refrão
Celorico, Celorico, uma choupana e um solar
Celorico, Celorico, Tâmega ao fundo a soluçar
Celorico, Celorico, gente cantando a trabalhar
Celorico, Celorico, terra linda de encantar

Brancas ermidas nos montes alpendoradas
Contos e fadas de um cenário multicor
Verdes colinas, pinheirais, veigas douradas
Em toda a parte um sorriso acolhedor

Ó terra amiga, nobre, franca, hospitaleira
Vila risonha deste Minho encantador
Eu quero amar-te, amar-te, amar-te a vida inteira
Por fim morrer amortalhado nesse amor

Refrão
Celorico, Celorico, uma choupana e um solar
Celorico, Celorico, Tâmega ao fundo a soluçar
Celorico, Celorico, gente cantando a trabalhar
Celorico, Celorico, terra linda de encantar

segunda-feira, outubro 29, 2007

Brasão e Bandeira

Brasão, Selo e Bandeira de Celorico de Basto

A ordenação heráldica do brasão, selo e bandeira do concelho de Celorico de Basto, foi publicada por portaria no Diário do Governo, II Série, número 44, de 24 de Fevereiro de 1948, com despacho do então Ministro do Interior, Dr. Augusto Cancela de Abreu, a solicitação da Câmara Municipal e considerado o parecer da Comissão de Heráldica e Geneologia da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

Armas - Escudo de prata com um castelo de negro, entre dois cachos de uvas de púrpura, folhados de verde, contra-chefe ondado de azul e prata de três peças. Coroa mural de prata de quatro torres e por baixo listel branco com os dizeres "CELORICO DE BASTO" em caracteres negros.




Selo - É redondo, com peças de escudo soltas e sem indicação de esmaltes, entre círculos concêntricos, a legenda "Câmara Municipal de Celorico de Basto".

Bandeira - Esquartelada de branco e negro, tendo ao centro o escudo das armas. Haste e lança são douradas, com borlas e cordões de prata e negro.


Bandeira para hastear em edifícios
Estandarte para cerimónias e cortejos











domingo, outubro 07, 2007

Francisco Soares Basto

Francisco Alves Soares Basto era filho de Manuel Joaquim Alves Soares, profissional de jardinagem, casado com Teresa Soares de Jesus, ambos naturais e residentes na freguesia de S. Romão do Corgo, concelho de Celorico de Basto.

Ainda jovem emigrou para o Brasil e como comerciante construiu uma fortuna.
Regressado a Portugal, solteiro, capitalista e proprietário, viveu os seus últimos anos em Fermil de Basto, freguesia de Veade.

Em 27 de Janeiro de 1917, Francisco Alves Soares Basto assistiu à inauguração e ao funcionamento da 16ª missão Escola Móvel Agrícola “Maria Cristina” na Vila de Celorico de Basto, com grande expressão, onde o Dr. Bento de Sousa Carqueja, na sua qualidade de proprietário e director do jornal diário “O Comércio do Porto” e da revista “Lavrador”, esclareceu as vantagens e as conveniências da divulgação do ensino agrícola.

Com estas acções de divulgação da Escola Móvel Agrícola, que tanta repercussão tiveram no país no sector educativo da agricultura, não admira que Soares Basto tenha acentuado mais a sua relação de amizade e admiração por Bento Carqueja, perante a confiança e prestígio atribuídos ao director do jornal, quer pelos seus actos de beneficência, quer pelo seu cargo que desempenhava na vida económica e cultural portuense.
Agradavelmente impressionado com o que se passou nesta cerimónia de abertura, redigiu alguns meses depois, em 5 de Julho de 1917, o seu testamento, nomeando seu testamenteiro o jornal “O Comércio do Porto” do qual publicamos as suas disposições:


TESTAMENTO
Eu, Francisco Alves Soares Basto, solteiro, maior, capitalista e proprietário, morador no lugar de Fermil, freguesia de Veade, da comarca de Celorico de Basto, podendo dispor livremente dos meus bens, faço o meu testamento da forma seguinte: Determino que se cumpram e satisfaçam com a maior exactidão os legados seguintes: 1° - Deixo a cada um dos meus 4 irmãos quinhentos escudos em usufruto, revertendo por morte deles e em plena propriedade e usufruto à Escola de S. Romão do Corgo, sendo esses juros, 100 escudos, para a compra de livros e o mais que for preciso para os meninos. Os meus irmãos são Emília, Senhorinha, Maria e Joaquim. 2° - Deixo o suficiente para montar uma cantina em Fermil para cinquenta ou cem crianças e dar-lhes os competentes livros e o mais que for preciso; também desejava que viesse a água para Fermil que já está comprada pela Câmara no Monte de S. Caetano.
3° - Deixo para o meu enterro, se morrer aqui, o seguinte: não quero ofícios; quero que o padre me tire de casa e me leve à igreja e diga uma missa de corpo presente, acompanhado dos pobres da freguesia que ganharão, o padre 5 escudos e os pobres 50 reis, 5 centavos geral. - Desejo ser enterrado em jazigo perpétuo, só para mim. Deixo um conto de reis, mil escudos, ao "Comércio do Porto", para distribuir por diversas Instituições de Instrução, à vontade dele.
Depois de ver os bens aqui, ou onde estiver, e cumprindo as minhas verbas testamentárias principalmente a 1ª e a 2ª, o meu testamenteiro pode dispor do remanescente dos meus bens como entender, mas sempre pela Instrução. Deixo o meu relógio de ouro de bolso ao meu amigo Serafim M. Pinto de Canedo e o meu anel de brilhante ao Sr. Cunha de Fermil. Nomeio meu testamenteiro, para todos os efeitos, o jornal "O Comércio do Porto", ou os seus representantes, moradores na cidade do Porto, à rua do "Comércio do Porto", 108.


Falecido em Celorico de Basto em 13 de Setembro de 1917, foi aceite a testamentaria, visto o finado não contemplar o testamenteiro com qualquer legado, e tratar-se de disposições de manifesto alcance geral.

Ao dar-se execução à testamentaria, foi movida uma acção judicial para anulação do testamento, tendo-a acompanhado a direcção de “O Comércio do Porto” nas diversas instâncias, até ao Supremo Tribunal de Justiça, cujo acórdão foi proferido a 30 de Julho de 1920.

Da herança resultou 121.511$79 (Cento e vinte e um mil quinhentos e onze escudos e setenta e nove centavos) que em cumprimento da vontade expressa de Soares Basto, resultou:
-Criação do fundo para a Cantina Escolar de Fermil, entregando-se à Câmara Municipal de Celorico de Basto a importância de 34.500$00 em inscrições;
-Canalização da água municipal do Monte de S. Caetano para Fermil, distribuída por dois fontanários que, ainda existem hoje, um no Largo do Barão e outro no Largo Soares Basto (fundo da feira);
-Distribuição de um conto de réis, mil escudos, por diversas instituições de Instrução;
-Com a utilização do valor remanescente, sempre no domínio da educação e da instrução, construiu-se um edifício para uma Escola de Artes e Ofícios na freguesia de Palmaz, concelho de Oliveira de Azeméis (terra natal de Bento Carqueja) o qual importou em 18.694$47 e em homenagem a Francisco Alves Soares Basto, foi-lhe atribuído o seu nome, acto que mereceu a oficialização da mesma após a doação do edifício ao estado.
O Decreto nº 9736 de 28 de Maio de 1924, ordena no seu art. 1º, a criação em Oliveira de Azeméis de uma escola de artes e ofícios, que enquanto não puder ser instalada na sede do Concelho, em edifício que virá a ser doado ao Estado pelo jornal “ O Comércio do Porto “, ficará alojada no edifício construído pelo mesmo jornal na freguesia de Palmaz, doado ao Estado para este fim e ao qual não poderá ser dado outro destino.
No preâmbulo do decreto, refere a benemerência de Soares Basto, registando ainda que na sua origem esteve uma proposta de Nuno Simões, Ministro do Comércio e Comunicações, sob cuja tutela se encontrava a Direcção Geral do Ensino Comercial e Industrial.
Já em 29 de Agosto de 1924, a Portaria nº 4182 na edição do Diário do Governo é publicado “ tendo em atenção que foi a benemérita doação dos bens do falecido capitalista Francisco Alves Soares Basto que permitiu ao jornal Comércio do Porto a construção, em Palmaz, Oliveira de Azeméis, do edifício escolar onde vai ser instalada a escola de carpintaria, serralharia e trabalhos femininos, que deverá ter a sua sede naquela vila quando ali for construído edifício próprio pelo mesmo jornal, manda o Governo da República, que a escola se denomine Escola de Artes e Ofícios de Soares Basto”.
Actualmente, e desde 1998, a designação é de Escola Secundária Soares Basto.

Francisco Alves Soares Basto foi um grande benemérito, a sua memória merece ser sempre recordada para que as novas gerações não esqueçam os benefícios que legou , nomeadamente a Fermil de Basto.
E apesar do Largo do fundo da Feira ser conhecido, por alguns, como o Largo Soares Basto, urge, mesmo depois de 90 anos passados sobre a sua morte promover um acto público, não deixando cair no esquecimento e assim perpetuar o nome do Celoricense Soares Basto.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Casa de Travassinhos

A Casa de Travassinhos, uma construção dos finais do século XVII e princípios do século XVIII, no lugar da Cruz de Baixo, freguesia de Arnóia, tem um portal senhorial dos mais imponentes do país, com uma pedra de armas que mede aproximadamente sete metros quadrados.
Jerónimo Pimenta Ramos foi sucessor e o impulsionador da traça desta casa senhorial. Nasceu em S. João de Arnóia, Celorico de Basto, onde foi baptizado a 11.02.1695 era filho de António Pimenta Ramos, que foi senhor da Casa de Travassinhos e de sua mulher D. Maria Gonçalves Ribeiro senhora da Quinta de Cerqueda. Casou a 23.09.1738 com D. Margarida de Faria e Magalhães, natural de Braga, era filha de João Gomes Ribeiro, vereador da Câmara de Braga, natural da freguesia de S. Miguel de Carvalho, Celorico de Basto e de sua mulher D. Maria de Faria e Magalhães da Casa de Gondivau, em Moure, Vila Verde.
Jerónimo Pimenta Ramos, familiar do Santo Ofício por carta de 09.01.1731, edificou a Capela dedicada a Santo António, “que está junto às Casas de Travassinhos” segundo o jornal “A Palavra” edição de 3 de Março de 1882, tendo justificado a sua nobreza, obteve brasão de armas dos Pimentas Ramos, cuja carta tem a data de 08.03.1747. Jerónimo de Pimenta Ramos faleceu a 19.12.1765 e a sua mulher D. Margarida Gonçalves Ribeiro em 20.07.1786.
Do seu casamento teve sete filhos, e foi a sua filha Margarida Clara Pimenta Ramos de Faria e Magalhães, nascida a 19.01.1748, que veio a casar na Capela da Casa de Travassinhos a 22.07.1772 com Francisco Lopes Picado Coutinho da Cunha, nascido em 11.03.1734 na Casa de Arnóia, Celorico de Basto, e que foi seu sucessor.
Assim se uniram as duas casas, a de Travassinhos e a de Arnóia e resultante do casamento, o casal teve sete filhos.
Foi o seu filho mais novo, Salvador Francisco da Cunha Coutinho de Faria Magalhães, nascido na casa de Arnóia em 10.03.1788 que veio a ser o sucessor das casas de Arnóia e de Travassinhos.
Seguiu a carreira das armas, tomou parte na Guerra Peninsular, foi galardoado com a Medalha de Ouro das Cinco Campanhas Peninsulares. Foi Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real.
Em 25.02.1823 casou em Santa Marta de Penaguião com D. Brizida Amália de Azevedo, filha mais nova do grande proprietário e senhor da Quinta da Santa Comba, António Rodrigues de Azevedo, e de sua mulher D. Ana Dinis. Foi efémero o casamento, pois em 11.04.1826 já estava viúvo por acidente puerperal de D. Brizida.
Salvador Faria Magalhães morreu tragicamente como Coronel, Comandante da Coluna Miguelista de S. Cosme, no assalto aos sitiados do Porto em 29.09.1832 (Cerco do Porto), deixando seu único filho Francisco com 6 anos de idade.
Francisco Lopes Picado da Cunha Coutinho, nasceu em Santa Comba em 31.03.1826 e ali também faleceu, solteiro a 23.02.1882. Foi sucessor das casas de Arnóia, Travassinhos, das Quintas de Santa Comba e Quintã e deixou seu herdeiro universal, seu parente Carlos Maria da Cunha Coutinho, natural de Santa Marinha de Zêzere, nascido a 31.10.1835 e que veio a ser Moço-Fidalgo da Casa Real.
Em 08.02.1877 desposa Maria da Boa Nova de Carvalho e Azeredo Pinto de Melo e Faro, nascida na Casa da Soenga, em S. Martinho de Mouros em 11.11.1857, e deste casamento nasceram seis filhos.
O erudito historiador medievista Carlos Cândido de Melo e Faro da Cunha Coutinho, nascido em 29.03.1885 nas Casas Novas em Santa Marinha do Zêzere, Eng. Agrónomo e licenciado em Ciências Histórico-Naturais foi senhor da Casa e Quinta de Cabeceiras e casas e quintas de Arnóia, Travassinhos e Santa Comba.
Casou em Lisboa a 30.05.1918 com D. Maria Olímpia de Montalvão Sarmento Guedes de Andrade, nascida a 26.07.1894 em Guíde, Mirandela. Deste casamento chegaram à idade adulta quatro filhos.
Foi sucessora da Casa e Quinta de Travassinhos D. Maria Emília Guedes de Andrade da Cunha Coutinho, nascida em Lisboa a 05.10.1926.
Casou em 07.07.1949 com José Sebastião de Azevedo e Menezes, licenciado em Ciências Económicas e Financeiras, nascido a 31.08.1912 em Vila do Conde. Era filho do Dr. José Sebastião Cardoso de Menezes Pinheiro de Azevedo e Bourbon, bacharel formado em Direito, oriundo da Casa do Vinhal em Vila Nova de Famalicão, que foi Moço-Fidalgo da Casa Real e deputado, e de sua mulher D. Emília Maria de Castro Falcão Pinto Guedes Corte-Real, filha dos primeiros Conde de Fijô.
Do casamento tiveram dois filhos: José Sebastião da Cunha Coutinho de Azevedo e Menezes, nascido em Lisboa a 13.04.1950, licenciado em Finanças, casado com D. Maria José de Neves Branco e do casamento nasceram três filhos, Maria Carolina (22.11.1993), Maria Inês (05.07.1996) e Maria do Carmo (22.10.2002), e Emília Maria da Cunha Coutinho de Azevedo e Menezes, nascida em Lisboa a 24.07.1955, diplomada com o curso de Secretariado, casada com Sebastião Manuel Pinto Cardoso do Canto e Castro Albers.
No que concerne à Capela de Santo António, esta já não se encontra no seu local primitivo, tendo sido transferida, pedra a pedra, para onde se encontra actualmente.
A Casa de Travassinhos conservou o portal armoriado e a capela, que constituíam na época, dois atributos importantes do senhor, definidos de acordo com a legislação em uso.
O monumental brasão, obra de cantaria, de rara beleza nesta região minhota, evidência todas as técnicas escultóricas.
Como refere Anne de Stoop, na sua obra “Palácios e Casas Senhoriais do Minho”, temos duas volutas em alto-relevo que se desenvolvem “ao longo de dois metros e meio de altura, formando uma Cartela que debrua o brasão e harmonizando-se com o arco de volta inteira do vasto portão”.
Ao centro está o brasão trabalhado em baixo-relevo em que “o escudo partido com as armas dos Pimentas e as dos Ramos é rodeado por um lambrequim com volutas de feição naturalista”. “Não faltam nem o elmo, nem o virol onde assenta o timbre dos Pimentas, aqui um guerreiro pronto para o combate”.
Saliente-se ainda que nesta Casa de Travassinhos nasceram o célebre violinista Acácio Pimenta Ramos de Faria (11.05.1891 – 04.04.1959) que pertenceu à Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto e o Frei Hipólito Luís da Cunha Coutinho de Faria Magalhães (11.01.1778 – 30.01.1851) que foi Prior de Alcobaça e depois Procurador Geral da Ordem dos Cistercienses.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Centro Comunitário

A Associação de Solidariedade Social de Basto é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, fundada em 2000, tem como objectivo principal desenvolver um conjunto de acções de caracter social e educativo junto das populações mais carênciadas do concelho de Celorico de Basto.
Em 2005 a Associação de Solidariedade Social de Basto iniciou a construção de um Centro Comunitário, em lote de terreno doado pelo Município de Celorico de Basto, sito em S. Silvestre, freguesia de Gémeos, com recursos próprios e financiamentos no âmbito do Programa Nacional de Luta Contra a Pobreza, designado por “ARRIGA”.
O Centro Comunitário funciona como um espaço aberto à comunidade e de apoio à realização de projectos e actividades que promovem a melhoria das condições de vida da população e o desenvolvimento local. Visa também possibilitar ao indivíduo, grupo e famílias o exercício do direito à cidadania e à integração social através de um conjunto de respostas abrangentes e integradas que vão ao encontro das necessidades vivenciadas.

O Centro Comunitário de Celorico de Basto incide a sua actuação nas seguintes áreas:
Família e Comunidade
Atendimento/Acompanhamento Social, destinado a indivíduos e familiar beneficiárias do Rendimento Social de Inserção e apoiados pelos Serviços de Acção Social;
Informação/Orientação dirigida a grupos específicos da comunidade, nomeadamente através de sessões de sensibilização sobre saúde, alimentação, higiene, recursos naturais e ambiente;
Animação Sócio-Cultural, privilegiando intercâmbios intergeracionais e institucionais, designadamente passeios, visitas de estudo, etc. Ateliers Ocupacionais de informática, leitura, expressão plástica e desporto.

Infância e Juventude
Creche com capacidade para 35 crianças, distribuídas da seguinte forma:- 8 crianças ( 3 meses – 12 meses de idade)- 12 crianças (12 meses – 24 meses de idade)- 15 crianças (24 meses – 36 meses de idade)
Centro de Actividades Tempos Livres com capacidade para 40 crianças/jovens em idade escolar

População Idosa/ou Adultos Dependentes
Serviço de Apoio Domiciliário com capacidade para 30 utentes, que assegura o transporte e distribuição de refeições, prestação de cuidados de higiene pessoal e de conforto e tratamento de roupa, bem como a colaboração na prestação de cuidados de saúde, animação, aquisição de bens no exterior.

Corpos Sociais
Em 26 de Outubro de 2000 foi outorgada a escritura de constituição da Associação de Solidariedade Social de Basto, por cinco fundadores que formaram a Comissão Instaladora:
- Joaquim Monteiro da Mota e Silva
- Raul Geraldes Silva
- José Fernando Dias Vilas Boas
- Manuel David Pinto
- Paulo Alexandre Magalhães Mota

De 27 de Agosto de 2001 a 17 de Maio de 2004 os Corpos Sociais eram assim constituídos:
Presidente da Direcção: Raul Geraldes Silva
Presidente do Conselho Fiscal: José Fernando Dias Vilas Boas
Presidente da Assembleia Geral: Joaquim Monteiro da Mota e Silva.

Para o triénio 2004/2007 foram eleitos os Órgãos Sociais:

Direcção
Presidente: Joaquim Monteiro da Mota e Silva
Vice-Presidente: Artur Justiniano Gonçalves Bastos
Tesoureiro: José Fernando Dias Vilas Boas
Secretário: António Luís da Costa Moura
Vogal: Tito Lívio da Costa Domingues

Assembleia Geral
Presidente: Paulo Jorge Ribeiro Silva Carvalho Alves
1º Secretário: Paulo Alexandre Magalhães Mota
2º Secretário: Maria José da Mota Santos

Conselho Fiscal
Presidente: Victor Manuel Cunha
Vogal: David Manuel Pinto
Vogal: Maria das Dores Ferreira Vieira

sábado, julho 07, 2007

Frei Bernardo de Vasconcelos

Foi na Casa do Marvão, na freguesia de São Romão do Corgo, concelho de Celorico de Basto que, a 7 de Julho de 1902, nasceu Frei Bernardo de Vasconcelos, parente dos Marvões, família que, durante vários séculos, habitou aquela casa.
Bernardo Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos era filho do Doutor Manuel Joaquim da Cunha Maia Teixeira de Vasconcelos, senhor da Casa do Marvão e, naquela altura, Delegado da Procuradoria Régia em Cabeceiras de Basto e de D. Filomena da Conceição Vaz Lobo, da Casa do Outeiro, em Molares.
Foi batizado no dia 5 de Agosto de 1902 pelo pároco Francisco de Almeida Barreto na igreja de São Romão, tendo sido seus padrinhos Manuel António de Sousa Machado, seu parente, da Casa do Bairro, em Canedo de Basto, e sua tia-avó D. Maria Isabel Teixeira de Vasconcelos, senhora da Casa do Fijô, em Felgueiras e da Casa do Barreiro, em Canedo de Basto.
Em 15 de outubro de 1912, foi estudar para o Colégio de Lamego tendo frequentado até março de 1917, altura em que uma grave e longa doença o forçaram a interromper os estudos. Retomou-os em outubro de 1918, como aluno externo do colégio de S. Pedro em Coimbra, onde concluiu o 7º ano de Ciências.
Em 1920 entrou para o Centro Académico da Democracia Cristã. Dissuadido, por motivo de saúde, de enveredar pela Marinha, ainda pensou na carreira diplomática, mas em outubro desse mesmo ano iniciou no Porto um curso comercial e trabalhou no Banco Espirito Santo. Mas porque não se deu bem com o mundo das contas, Bernardo decidiu em 1922 matricular-se no primeiro ano de Direito da Universidade de Coimbra, que veio a interromper para ingressar na Ordem Beneditina, onde teve uma intensa atividade apostólica e caritativa, tendo sido vice-presidente do C.A.C.D. (Centro Académico de Democracia Cristã), secretário da redação da revista “Estudos” e membro das Conferências de São Vicente de Paulo.
Por esta altura, trocou correspondência com Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, mais conhecido por Teixeira de Pascoais, poeta amarantino que era seu parente e amigo. Nunca se encontraram, mas tinham uma grande admiração e estima um pelo outro. Teixeira de Pascoais diria, em carta a uma sua irmã, que Frei Bernardo de Vasconcelos foi o “maior e mais perfeito amigo que Deus me concedeu”.
Frei Bernardo de Vasconcelos foi herdeiro, juntamente com sua irmã D. Maria Bárbara Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos, da Casa de Valdesculca que, anos mais tarde, foi vendida.

Em 16 de agosto de 1924, entrou no mosteiro de Singeverga, e no mês seguinte iniciou em Samos, diocese de Lugo em Espanha, os estudos em ordem ao sacerdócio, com o nome de Frei Bernardo da Anunciada. A fim de estudar Teologia, em setembro de 1926 partiu para a Abadia de Mont-César na Bélgica, mas devido ao seu estado de saúde regressou ao Porto no dia 3 de Novembro desse ano. Foi-lhe diagnosticada a doença de Pott ou tuberculose vertebral e por isso submeteu-se a tratamentos médicos na cidade invicta.
Começou, nesta altura, um longo calvário de 6 anos, que Frei Bernardo de Vasconcelos suportou com grande resignação, no Hospital da Lapa, no Porto, em Matosinhos e na Falperra (Braga).
Continuou a estudar Teologia no Porto, pois a sua grande aspiração era o sacerdócio. Quando já estava admitido a Ordens Maiores a doença impediu-o de atingir essa meta. Ficou então subdiaconado.
Faleceu em S. João da Foz do Douro, no dia 4 de Julho de 1932, três dias antes de completar 30 anos.
Frei Bernardo de Vasconcelos foi sepultado no cemitério da Foz, sendo, depois, trasladado para o cemitério de Molares, Celorico de Basto, e aí depositado no jazigo do Padre Francisco de Almeida Barreto, o padre que tinha batizado Frei Bernardo e amigo da família. Um ano depois, foi sepultado no interior da igreja paroquial de São Romão do Corgo.



Durante a sua curta vida, Frei Bernardo de Vasconcelos escreveu vários artigos e poesias que foram publicados. Toda a sua obra é, essencialmente, mística e teológica, voltada para o espiritual, para Deus. Publicou As Nossas Festas, A Missa e a Vida Interior, A Vida de S. Bento contada às almas simples. Traduziu também o livro Vida na Paz de D. Idesbald van Houtryve.
Como complemento para a sua biografia, foi publicada Vida de Amor, autobiografia baseada nas suas cartas. Em verso, deixou os Cânticos de Amor e Poesias Dispersas.


sexta-feira, junho 22, 2007

Joaquim Narciso Bahia

- do Africanista ao Homem Público
Nasceu em Celorico de Basto a 19 de Novembro de l899.
Tendo completado o curso dos liceus no Colégio Almeida Garrett do Porto, foi para Angola, onde viveu e trabalhou até aos quarenta e dois anos. Foi durante muito anos, Delegado da Diamang na Companhia de Pesquisas Mineiras, em Cabinda, onde granjeou simpatias e louvores, pelo notável trabalho desenvolvido, honestidade e grandeza de carácter.
Dentro da Companhia, criou planos sociais para os trabalhadores, na sua maioria nativos, que foram considerados modelos exemplares naquelas regiões africanas. No ambito desses Planos, os familiares dos trabalhadores auferiam ajudas financeiras, assistência médica, escolar e outras que permitiam excelentes resultados, em termos de fixação no trabalho, responsabilidade e rendibilidade, apesar do clima e das zonas inóspitas onde se desenvolviam as acções, como por exemplo, o coração do Maiombe, uma das maiores florestas angolanas.
Os seus superiores hierárquicos não foram os únicos que souberam reconhecer os bons préstimos recebidos por este Homem que jamais fez sobrepor os seus interesses pessoais aos interesses de grupo.
A prova mais insofismável que assim era, aconteceu, quando um dia teve que regressar, por motivos familiares, ao Continente Português. Os trabalhadores ao tomarem conhecimento da sua partida, "convocaram" uma reunião popular que agrupou milhares de pessoas, a fim de, ao som de instrumentos, choros e dançares, lhe poderem manifestar, de uma forma simples mas sincera, um reconhecimento sem limites...
Casado com D. Maria Leonor da Cunha Machado Bahia, teve quatro filhos, Mário César, Maria Helena, António Fernando e Jorge Manuel Machado Bahia.
Após o seu regresso definitivo à sua terra natal, dedicou-se, numa primeira fase, à exploração agrícola, chegando a estar entre os maiores produtores de vinho verde da Região de Basto. Foi fundador e sócio-gerente da firma Exportadora Lusa de Terras de Basto, Lda., através da qual se comercializaram as conceituadas marcas de vinho verde, "Verdebasto" e "Marão", que muito ajudaram a projectar, para além fronteiras, o nome de Celorico de Basto. Infelizmente, um inesperado contencioso entre os governos de Portugal e do Brasil, ocorrido no princípio da década de cinquenta, deitou por terra alguns anos de muito trabalho e fundadas esperanças.
Foi, então que, de uma forma altruísta e desinteressada, numa época em que as autarquias e instituições das regiões rurais não contavam, praticamente, com ajudas financeiras de qualquer espécie, passou a colaborar - valendo-se da sua enriquecedora experiência de vida - com Organismos que, directa ou indirectamente, iam chegando às populações.
A Casa do Povo de Celorico de Basto, fundada em 1943, teve um notável incremento com a entrada de Joaquim Narciso Bahia para os Órgãos Sociais, na década de cinquenta.
Segundo o livro "Celorico de Basto", editado por Carlos de Sousa Machado, com a colaboração de Ernesto de Balmaceda, a grande e importante obra levada a cabo pela Casa do Povo desse tempo - que tantas famílias celoricenses beneficiou - ficou a dever-se ao seu Presidente da Assembleia Geral, Joaquim Narciso Bahia, "homem de boa vontade e de sábia orientação" que, "sem cal nem estuque" lhe consagrou vários anos da sua vida. O mesmo aconteceu, aliás, com todo o Concelho, através das várias instituições por onde passou, desenvolvendo valiosas e altruístas acções humanitárias.
Alguns exemplos de outras Colectividades, Organismos ou Instituições a que também esteve ligado:
- Câmara Municipal - Vereador, Administrador e Vice-Presidente
- Santa Casa da Misericórdia e Hospital de Arnóia - Provedor
- Asilo dos Desvalidos - Presidente
- Bombeiros Voluntários Celoricenses - Vice-Presidente
- Adega Cooperativa de Celorico de Basto - Fundador e Director
- Caixa de Crédito Agrícola - Presidente
- Assistência Social - Delegado concelhio
Sem querer minimizar qualquer das instituições referidas, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia, foi, para além da Casa do Povo, aquela que lhe mereceu maior atenção e carinho, quiçá pela natureza dos seus propósitos, quiçá pela precariedade de recursos existentes.
Convidado em finais da década de quarenta para Provedor, pelo seu antecessor, Dr. Francisco Meireles, não obstante todo o esforço desenvolvido antes, o novo Provedor foi encontrar o Hospital - fruto de uma difícil situação financeira - num estado de grande carência e organização. Assim, uma das primeiras medidas tomadas foi continuar a impulsionar os cortejos de oferendas - forma de colmatar os bem precários recursos da Santa Casa.
O bloco cirúrgico foi reequipado, as enfermarias melhoradas, o número de camas aumentado e, com elas, o número de doentes assistidos. Além dos profissionais de medicina e cirurgia locais, o apoio à cirurgia foi reforçado com especialistas do Porto que passaram, regularmente, a fazer parte das equipas médicas.
Durante anos, para além das actuações normais a que se obrigava pelo cargo que assumira, Joaquim Narciso Bahia visitava, frequentemente, os internados no hospital para quem tinha sempre uma palavra de conforto e de carinho.
Gestos como este, e a sua dedicação a tão nobre causa, faziam-lhe granjear simpatias entre a gente humilde de Celorico que, em atitudes simples, despidas de encobertos interesses, prestava-lhe, constantemente, homenagens anónimas de sincero e desinteressado reconhecimento.
Um dia, referindo-se a Joaquim Narciso Bahia, alguém ouviu dizer à Madre Directora da Instituição desse tempo; "como estariam melhores os doentes deste pais se houvesse muitos Provedores assim?!..."
Efectivamente, tive o privilégio de conhecer e partilhar algumas conversas com o Senhor Bahia das Casas Novas, que evidenciava enorme perspicácia e vivência social, colocando sempre um grande sentido de humor nas suas palavras.
Joaquim Narciso Bahia faleceu no dia 30 de Maio de 1989.
Apesar de tudo, por "obra de quem sabe ou esquecimento de quem teme", ainda hoje é o único Provedor desaparecido que não tem a sua fotografia na "galeria dos notáveis" do antigo Convento de São Bento de Arnóia, em Celorico de Basto.

domingo, junho 10, 2007

5.000 Visitas

Foi em 24 de Setembro de 2006 que publicamos o primeiro post neste blogue “de recolha e partilha de fotos e dados históricos de Celorico de Basto”.
Passaram 260 dias desde o início e nesta data acabamos de ultrapassar o número mítico de 5.000 visitas ao blogue.
Publicamos 23 trabalhos acompanhados de 152 fotografias e imagens, umas recentes e outras de tempos mais longínquos.
Um dos objectivos já foi conseguido, ou seja, nunca se falou tanto no “dever de memória” como nestes tempos, em que constatamos cada vez mais celoricenses interessados em falar e procurar as suas raízes; defender e preservar o seu património histórico, arquitectónico, cultural, paisagístico e artístico.
As palavras de apreço que temos recebido são um forte incentivo para continuar este trabalho, de recolha, investigação e compilação de material histórico que alguns estavam esquecidos em locais mais recônditos, mas que tem merecido a colaboração e contributo de muitas pessoas, que tal como eu, amam esta terra, esta paisagem tão variada entre a serra e o campo, os rios e as suas pontes, as suas vistas longínquas, desfrutando os seus horizontes, quer seja do alto do Castelo de Arnoia ou da Serra do Viso.
Parafraseando alguém “Um povo que não se orgulha da sua terra, naturalmente não a merece”.
Na data do primeiro aniversário do blogue “celoricodigital” vamos agradecer e publicar os nomes dos celoricenses e instituições que, de uma forma ou outra, têm partilhado conteúdos para enriquecer e dar corpo a este trabalho.
Hoje vamos dar eco às notícias referentes ao blogue “celoricodigital” publicadas nos media locais.



Obrigado a todos os celoricenses, em particular e a todos os cibernautas em geral por visitarem este site.

domingo, maio 27, 2007

Livros e Autores

Nesta apresentação pretende-se dar a conhecer os livros que abordam temas sobre Celorico de Basto nas suas várias vertentes, e publicações de autores naturais do concelho.
Quando pretendemos estudar a história do nosso concelho, consultamos bibliotecas, forais, cartas, testamentos e livros, analisamos dados estatísticos, repetidamente, lemos o que se escreveu sobre Celorico de Basto, os seus solares, as suas tradições, os seus naturais e constatamos com alguma tristeza, que se não tem falado tanto quanto a nossa terra e as suas gentes mereciam.
Para colmatar algumas lacunas da sua história e no sentido de a enriquecer, temos palmilhado o seu território, em contacto com a população, nas mais diversas circunstâncias, recolhendo informação preciosa para dar corpo a este trabalho.
É, pois, para dar a conhecer esta terra minhota e encantada e a sua gente acolhedora, que publicamos as capas de livros e autores de Celorico de Basto.
Uma parte destas obras encontram-se na Biblioteca Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa em Celorico de Basto, mas julgamos que era importante criar um suporte “online”, digitalizando-as bem como inúmeros jornais publicados no concelho, alguns com mais de um século de existência, preservando desta forma um vasto e valioso espólio documental de interesse histórico e cultural, que a manter-se assim, corre o risco de se degradar.
Este projecto teria dois objectivos: primeiro, seria uma contribuição para a promoção da história de Celorico de Basto, mediante a disponibilização do seu acervo bibliográfico, iconográfico e arquivístico ao serviço da comunidade estudantil e do público em geral; segundo, contribuiria para a preservação da memória da sua gente, tão fidalga e senhora de si, pelo que não podemos deixar de sonhar dias futuros, em que o Progresso e o Desenvolvimento se conjuguem de forma harmoniosa em respeito com os nossos valores históricos e patrimoniais… no fundo reflectindo a alma dos seus habitantes.

Lopes, Eduardo Teixeira, A Terra de Celorico de Basto na Idade Média, Apontamentos para a sua História, Edição do Autor, 2008.
D'Abreu, Guilherme Augusto Pereira de Carvalho, O Processo Criminal Instaurado na Comarca de Celorico de Basto, Lisboa, Typographia Universal, 1861.
Stoop, Anne de, Palácios e Casas Senhoriais do Minho, 2ª Edição, Porto, Civilização Editora, 2000.




















Carvalho, António Alves de, Monografia do Concelho de Celorico de Basto, 1992.
Carvalho, Elza Maria Gonçalves Rodrigues de, Basto - Sta.Tecla: Uma leitura geográfica (do século XVI à contemporaneidade), Guimarães, Universidade do Minho, 1999.
Vasconcelos, Frei Bernardo de, Cântico de amor: versos, 3ª Edição, Singeverga, Ora & Labora, 1982.
Freitas, Eugénio de Andrea da Cunha e, ... [et al], Carvalhos de Basto: A Descendência de Martim Pires Carvalho, Cavaleiro de Basto, 7º Vol., Porto, 1994.
Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Agência do B.P.A. em Celorico de Basto, Casas Antigas do Concelho de Celorico de Basto, 1981.
Machado, Carlos de Sousa, Org., Balmaceda, Ernesto de , Colab, Concelho de Celorico de Basto, 1951.
Vasconcelos, Frei Bernardo Teixeira de, Do Ideal Cristão, Braga, Livraria Pax Editora, Reimpressão, 1981.
Lemos, João Marinho de, Celorico de Basto entre o Passado e o Futuro, Câmara Municipal de Celorico de Basto, 1988.
Guimarães, Rui Dias, O Falar de Barroso (O homem e a linguagem), Viseu, João Azevedo Editor, 2002.
Coelho, Maria Carolina de Meireles Teixeira, Prisão de Francisco de Meireles e de duas suas filhas em 1912, Edição Particular, 1994.
Salgado, Daniel, Terra de Basto, Vila Nova de Famalicão, 1933.
Costa, José de Magalhães Alves, Padre, Um delito de Opinião, Braga, 1991.
Vasconcelos, Frei Bernardo de, Vida de Amor: Autobiografia de Bernardo de Vasconcelos, Guimarães, Secretariado Regional da Catequese, 1975.
Bastos, João, Pirilampos no quintal: memórias, Celorico de Basto, Edição do Autor, 2001.
Lopes, Eduardo Teixeira, O século XVIII nas freguesias do concelho de Celorico de Basto: memórias paroquiais, Celorico de Basto, Edição do Autor, 2005.
Vasconcelos, Frei Bernardo de, Vida de Amor - Autobiografia de Bernardo de Vasconcelos Com Prefácio do Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, 7ª Edição, Viseu, Ora & Labora, 2002.
O Bernardo - Lembranças duma Irmã e Enfermeira, 6ª Edição, Viseu, 2002.
Vasconcelos, Frei Bernardo de, Eucaristia e Ideal Cristão, 7ª Edição, Causa de Beatificação de Frei B. de Vasconcelos, Braga, 1999.
Modelos de Jovens - Bernardo de Vasconcelos (Selecção de Textos), 3ª Edição, Manuel Morais, Braga, 1999.
Lopes, Pe. Armandino Pires, Capela de São Sebastião - Recolhas de Actas da Irmandade das Almas, Edição Particular, 2007.
Abreu, Leonídio de, Silva Minhota, Braga, 1956.
Carvalho, Pe. João T. Rodrigues de, Os Escribas do «Jornal de Basto», Porto, Typographia Gutenberg, 1892.
Moura, António Alves de, Ensaios de Leitura, Reprodução da 2ª edição correcta e aumentada, Lisboa, 1952.
Lopes, Eduardo Teixeira, Acervo documental medieval do Mosteiro de Arouca relativo a Terras de Basto, Mondim de Basto, Edição do Autor, 2006.
Lopes, Eduardo Teixeira, A Terra de Celorico de Basto na Idade Média, As Inquirições Régias, Edição do Autor, 2008.
Bastos, Álvaro, Retalhos de Uma Vida, Edição do Autor, 2008.
Gomes, Joaquim da Silva, Pinheiro Torres Ilustres, Casa do Professor, 2006.
Lopes, Pe. Dr. Armandino Pires, Mosteiro de S. João Baptista de Arnoia - Celorico de Basto, Edição do Autor, 2008.
Gallobar, António, Encontro com a vida, Luz das Letras, 2008.